Prazer perigoso e irresponsável |
Denominado
de “Clube do Carimbo”, um grupo de homossexuais soropositivos se reúne em sites
para passar dicas de como transmitir aids para outras pessoas. A premissa é que
se todos tiverem a doença, ela não será mais um problema social. Junto com
isso, a prática do bareback, o sexo
sem camisinha, misturado com uma dita sensação de aventura faz com que as
“carimbadas” aconteçam mais e já se tornem um problema de saúde pública. Recentemente,
um blog que pregava essa prática foi retirado do ar. O “Novinho Bareback” teria
sido o local onde foi criado o dito clube. A página trazia fotos e vídeos que
mostravam relações sexuais sem preservativo e trazia dicas para a transmissão
da doença sem a anuência do parceiro sexual. Mesmo que desativado, as
instruções se disseminaram como um vírus pela Internet. Em um dos sites
visitado pelo Globo, o autor enumera
passo a passo de como criar mecanismos para “carimbar” as novas vítimas.
Autodenominados de “vitaminados”, os portadores do vírus que pregam a prática on-line também sugerem as melhores
épocas do ano, como as férias, para conquistar mais vítimas.
Neste
primeiro site visitado pelo Globo,
após enumerar cinco passos com técnicas para transmitir a doença (com ou sem
preservativo), o dono da página afirma que: “Este texto é só uma ideia.
Comentado nacionalmente e internacionalmente, um fato que ocorre e que não quer
dizer que eu faça isso. Praticar sexo bareback
(sem camisinha) não é considerado crime, o que é crime, segundo os artigos 130,
131 e 132 do código penal brasileiro, é uma pessoa transmitir doenças
sexualmente transmissíveis para outra (com provas concretas), a pena para esse
crime é de três meses a um ano de cadeia.”
Entretanto,
o Código Penal brasileiro deixa claro que a simples exposição, tal como
enaltecida na postagem, já é crime. “Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
direto e iminente: Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não
constitui crime mais grave”, afirma o artigo 132 da legislação.
Em
outro site visitado, os praticantes chegam a marcar encontros em casas noturnas
para sexo em grupo de forma que alguns possuem a doença e outros não. Os que
não possuem são divididos entre os que sabem que correm o risco de transmissão,
chamados de bug-chasers, e os que não
possuem ciência disso. Em comentários de outros usuários do site, as orgias
mescladas são chamadas de “roleta russa” do sexo.
Segundo
o último Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, a aids
avança tanto entre homossexuais quanto em heterossexuais. Entretanto, o aumento
de infectados entre os gays é bastante superior. Em 2003, eram 4.679 novos
casos por ano. Atualmente, são 6.043 soropositivos diagnosticados anualmente.
(O Globo)
Nota: A
decadência moral nunca deixa impune seus praticantes e promotores. O comportamento
desses assassinos irresponsáveis é uma marca de nosso tempo, em que a vida
perde seu valor, o prazer é o objetivo maior e o pecado e a morte se tornaram um
tipo de brincadeira inconsequente. Quando as pessoas vão aprender de uma vez
por todas que só existe um tipo de sexo física e psicologicamente seguro? É o sexo
conjugal, monogâmico e heterossexual. Fora disso, é por conta e risco dos que
se aventuram. Há dezenas de DSTs para as quais não existe cura, e a maior parte
delas não é evitada garantidamente com preservativo. Como o HPV, que causa
câncer de colo do útero. Basta o contato com a pele das partes íntimas
(virilha, por exemplo) para que haja contágio. E o vírus pode permanecer
incubado por anos. Enquanto isso, o portador vai passando a doença para seus
parceiros e a contaminação não para. Sexo é um assunto sério, e deve ser
praticado no momento certo, com a pessoa certa e no contexto certo. Aí é
bênção, não maldição. [MB]