Minhas
filhas adolescentes são grandes defensoras dos animais e, inclusive, não comem
carne mais por isso, talvez, do que pelo cuidado com a saúde. Certa vez,
percebi que a mais nova estava envolvida em uma “briga” no Facebook, debatendo
com uma colega de escola que tentava defender o consumo de alimentos cárneos.
Os argumentos da menina eram indefensáveis, obviamente, mas, mesmo assim,
repreendi minha filha e a orientei a respeitar as pessoas e a opinião delas.
Podemos e devemos nos manifestar, sim, mas existem as formas e os fóruns
corretos para isso. Disse-lhe que, muitas vezes, é melhor “perder” uma
discussão para ganhar um amigo do que fazer o contrário. Disse-lhe, também, que
muitos veganos e vegetarianos acabam demonstrando mais amor aos animais do que
às pessoas, e que acabam sendo absorvidos tão profundamente pela “causa” que
não enxergam nada mais além da bandeira que empunham. No afã de defender suas
ideias e seu ponto de vista, tornam-se tão desagradáveis, tão extremistas,
intransigentes e combativos que acabam repelindo aqueles que até poderiam parar
para pensar no que eles falam. Trata-se de um tiro no pé; de propaganda
negativa; da propagação de uma mensagem que pode até ser correta, mas cuja
embalagem mais afasta do que atrai.