
“Uma nova dimensão da complexidade evolutiva emergiu, agora, de um estudo de cruzamento de espécies liderado por Seth Grant do Instituto Sanger no Reino Unido. Grant olhou para a conexão entre neurônios, conhecida como sinapse, que até agora acreditou-se ser uma função padrão dessas células. Porém, na verdade, as sinapses se tornam consideravelmente mais complexas a cada grau evolutivo, reportaram Grant e seus colegas (...) na Nature Neuroscience. Em vermes e moscas, as sinapses atuam como mediadoras de formas simples de aprendizado, enquanto em animais maiores elas são construídas de um arranjo muito mais rico de componentes protéicos e conduzem aprendizado complexo e reconhecimento de padrões, disse Grant.
“O achado pode abrir uma nova janela no conhecimento sobre como o cérebro opera. ‘Uma das maiores questões na neurociência é responder quais são os princípios de design pelos quais o cérebro humano é construído [note as palavras usadas aqui num texto que começa com ‘receita da evolução’], e esse é um desses princípios’, afirmou Grant.
“Se as sinapses são pensadas como os chips de um computador, então o poder do cérebro tem sua forma dada pela sofisticação de cada chip, assim como o número deles. ‘Da perspectiva evolucionária, os grandes cérebros dos vertebrados não só têm mais sinapses e neurônios, mas cada uma dessas sinapses é mais poderosa - vertebrados têm grandes ‘internets’, com grandes computadores, e invertebrados têm pequenas ‘internets’ com pequenos computadores’, disse Grant. [Pequenos ou grandes, internet e computadores sugerem planejamento inteligente, não é mesmo? Por que o cérebro, tremendamente mais complexo, não?] (...)
"Cada ligação entre neurônios pode, presumivelmente, fazer cálculos sofisticados baseando-se em mensagens que chegam de outros neurônios. O cérebro humano tem 100 bilhões de neurônios, conectados em 100 trilhões de sinapses. Os caminhos de diversas desordens mentais vêm de defeitos nas proteínas sinápticas, mais de 50 das quais já foram ligadas a doenças como esquizofrenia, disse Grant." [Se defeitos em algumas proteínas sinápticas já causam desordens, como entender a evolução gradual desse conjunto integrado?] (...)