
Será o caso de Obama? Teremos que esperar para ver; mas pelo menos neste domingo a Folha de S. Paulo apresenta comentários de analistas e do próprio Obama sobre a comparação Obama/Lincoln:
"Se ele de fato montar o gabinete com ex-rivais e republicanos, o presidente eleito estará repetindo os passos do ex-presidente Abraham Lincoln (1861-1865). Na entrevista, Obama, que tem lido sobre a administração Lincoln, disse ter uma afinidade com a conduta do 16º presidente americano - Obama é o 44º.
"Há uma sabedoria ali e uma humildade em sua abordagem do governo, mesmo antes de ser presidente, acho isso muito útil", afirmou o político.
É um passo muito positivo imitar um gigante da história universal como Lincoln, mais ainda é alcançá-lo. Se realmente Obama for nessa direção, o mundo vai respirar novos ares de liberdade, inclusive religiosa, pois Lincoln rompeu relações com a Santa Sé e com outras religiões que muitas vezes metiam-se na política americana de seu tempo.
A ousadia de Lincoln inspirou outros após ele, inclusive políticos de outros países. Com certeza uma política lincolniana é uma grata surpresa. Se isso ocorrer, estaremos preparados para utilizar as oportunidades que virão disso? Estaremos preparados para apoiar aqueles que lutam pela liberdade, mesmo sendo homens secularizados que desconhecem o reino de Deus? Ou ficaremos apáticos, divertindo-nos enquanto a noite chega?
E se não ocorrer: estaremos prontos para enfrentar a hipocrisia camuflada que usa os grandes nomes sem grandeza de propósitos? Que resposta daremos à crise presente.
Obama tem uma resposta a dar. Nós também.
(Silvio Motta Costa é professor em Campinas, SP)