
A descoberta do Pleistovultur, relatada na última edição do periódico científico argentino Ameghiniana, fornece uma janela preciosa para o entendimento da ecologia sul-americana na pré-história. E ela só foi possível porque Neves doou um fóssil do animal, achado por seu aluno Alex Hubbe numa caverna em Lagoa Santa (MG), a um especialista em aves fósseis. “É um único osso da perna, mas é mais do que suficiente para descrever um gênero novo”, diz o paleontólogo Herculano Alvarenga, diretor do Museu de História Natural de Taubaté (interior paulista) e um dos principais - e poucos - estudiosos de aves extintas do mundo. Ele é o autor principal do artigo científico que apresenta a nova espécie, e da homenagem dúbia ao colega, professor da USP. (...)
A crise para esses animais começou no final do Pleistoceno, por uma razão simples: com a extinção da megafauna (os grandes mamíferos), por razões ainda controversas [os criacionistas propõem um modelo, mas os darwinistas nem param para considerar], os abutres começaram a ficar sem carniça. Esse é um dos motivos pelos quais os abutres estão declinando hoje na África. (...)
O mesmo artigo científico que descreve o P. nevesi também identifica um possível gênero novo sul-americano, representado mais uma vez por um único osso da perna, encontrado numa caverna em Morro do Chapéu, Bahia. “Como ele estava quebrado, em mau estado, não quis dar nome [à espécie]”, diz o pesquisador. (...)
(Folha Online)
Nota: É interessante notar que os diversos achados de animais gigantes concordam com o relato bíblico de Gênesis segundo o qual a fauna e a flora antediluvianas provavelmente fossem compostas por espécimes muito maiores que os atuais.[MB]