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Enquanto a Nasa se
prepara para testar um escudo magnético para proteger as
naves contra o calor na reentrada na atmosfera, a ESA
(Agência Espacial Europeia) trabalha em um conceito similar para proteger os
astronautas contra a radiação espacial. Os esforços foram concentrados em um
projeto chamado SR2S (Space Radiation
Superconducting Shield –
Escudo Supercondutor contra Radiação Espacial). As primeiras informações sobre
o projeto foram divulgadas no ano passado por físicos do LHC, que se juntaram
ao projeto para compartilhar sua larga experiência no uso dos ímãs supercondutores que
deverão gerar o escudo antirradiação espacial. A
equipe europeia anunciou a conclusão do projeto básico, afirmando que “agora
têm o conhecimento e as ferramentas necessárias
para desenvolver escudos magnéticos para proteger os astronautas da exposição à
radiação causada pelos raios
cósmicos galácticos”.
A escolha do supercondutor recaiu mesmo sobre o diboreto de magnésio (MgB2) para gerar o campo de força antirradiação, conforme anunciado inicialmente pela equipe do LHC. Os fios e cabos supercondutores serão dispostos de forma a gerar um campo que os engenheiros chamaram de “estrutura abóbora”, devido ao formato das linhas de força do escudo.
“Esta é uma
configuração de escudo ativo que é crucialmente leve e, portanto, adequada para
as missões de longa duração no espaço profundo. A estrutura funciona reduzindo
o material atravessado pelas partículas incidentes, evitando assim a geração de
partículas secundárias e, por decorrência, gerando um escudo mais eficiente”,
diz o comunicado do projeto.
Esse “escudo abóbora”
deverá gerar um campo magnético 3.000 vezes mais forte do que o campo magnético
da Terra, suficiente para projetar um campo de força de 10 metros ao redor da
nave, desviando os raios cósmicos incidentes e, desta forma, protegendo os
astronautas em seu interior.
A grande restrição do
projeto era o peso da estrutura geradora do campo de força, já que a adição de
1 kg à massa de uma espaçonave aumenta o custo da missão como um todo em
U$15.000. Contudo, no espaço os ímãs supercondutores estarão em seu ambiente natural, dispensando os caros e
pesados equipamentos de refrigeração necessários para mantê-los a quase -200º C
– no frio do espaço, as naves estarão naturalmente em temperaturas próximas a
essa.
“Ainda poderão ser
necessários muitos anos até que essa tecnologia esteja pronta para ser
implantada de forma ativa nas missões espaciais tripuladas ao espaço profundo,
mas mais testes da tecnologia SR2S continuarão a ser realizados no curto e
médio prazos”, concluiu a nota.
Nota: Muitos anos de pesquisa, muito dinheiro e muita
inteligência foram necessários para criar esse escudo magnético protetor.
Ninguém, em sã consciência, diria que um mecanismo dessa natureza pudesse
surgir do nada. Mas o que dizer do campo magnético da Terra, do qual a vida
sempre dependeu para sobreviver? Esse foi fruto do acaso? [MB]