A nova cavaleira jedi |
Não
precisei ver muita coisa do novo “Star Wars: O Despertar da Força” para
perceber que o feminismo tomou conta da franquia. A cena que me chamou a
atenção logo de início é a que mostra o personagem Finn, o stormtrooper desertor vivido por John Boyega, pegando a mão da moça
protagonista Rey, interpretada pela inglesa Daisy Ridley, de 23 anos. Numa cena
de perseguição, Finn simplesmente deseja proteger a moça, ajudando-a a fugir,
mas ela rejeita a ajuda e manda que ele solte a mão dela. Parece um simples
detalhe, e pode ter passado despercebido de muita gente. Só que revela uma triste
tendência do nosso tempo: a do feminismo militante e do “desempoderamento” masculino. E há mais evidências de que
essa filosofia invadiu a franquia: além de Rey, as outras personagens femininas
do filme são a General Leia Organa (Carrie Fisher, que volta anos depois para
interpretar a mesma personagem que a tornou célebre), a pirata Maz Kanata e a
Capitã Phasma (sim, a chefona dos stormtroopers
é uma mulher nesse novo filme da série).
Claro
que não há nada de mais em mulheres assumirem posições de protagonismo e serem
líderes, muito pelo contrário. Não há nada de mais em as produções hollywoodianas reservarem papeis
de mais destaque e relevância às mulheres, até porque só 12% das protagonistas
dos filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos em 2014 eram mulheres, representando
somente 30% dos personagens com falas.
Outro
aspecto elogiável nesse novo filme “Star Wars” é a não sexualização das
personagens femininas. As roupas de Rey são soltas e práticas, apropriadas para
alguém que ganha a vida catando sucata para vender. Portanto, algo bem
diferente do que foi visto no início dos anos 80, quando a princesa Leia foi
exibida vestindo um pequeno biquíni dourado, em “O Retorno de Jedi”, numa
típica cena de donzela erotizada e em perigo.
A erotizada Leia dos anos 80 |
De
acordo com a agência de notícias Reuters, a intenção da Disney (dona
da Lucas Film desde 2012) é estimular a adesão de mulheres à
franquia criada por George Lucas, a fim de expandir os lucros e fazer
valer o investimento de quatro bilhões de dólares na compra da produtora. Ok, mas
não precisava sair do extremo do machismo e da desvalorização da mulher para o
outro extremo, o do feminismo exagerado. E aqui eu volto à cena em que Rey
recusa a ajuda de Finn.
Para
as militantes feministas, o ato cavalheiresco de um homem
abrir a porta do carro para uma mulher, por exemplo, já é interpretado como
desejo de poder e coisas do tipo. “A mulher não tem condições de abrir a porta
por si mesma?”, vociferam as defensoras do “meu corpo minhas regras”. Quando manda Finn largar sua mão, Rey
está dizendo para ele abafar seu instinto natural de homem de proteger, cuidar
e amar. O homem foi criado assim. Proteção não significa dominação,
evidentemente. O que se vê é o surgimento de uma geração de homens feminilizados,
confusos quanto ao seu papel social e receosos diante de mulheres indevidamente “empoderadas”
– elas também confusas e, no fundo, fragilizadas por ideologias que não as
protegem, apenas as usam como peões num tabuleiro.
A chefona dos stormtroopes |
O
cavalheirismo não mais é incentivado, e é comum vermos comportamentos egoístas
por parte de homens cada vez mais preocupados consigo mesmos. Esses, ou são
afeminados ou veem a mulher apenas como um objeto a ser usado, e não um ser
humano para ser amado e protegido. Que tipo de libertação é essa? Ideologias sempre têm seus efeitos colaterais...
O
pano de fundo da franquia “Star Wars” é a necessidade de rebelião contra
um império opressor. Tomara que essa rebelião não volte as armas contra os
homens também, contribuindo, assim, para o processo de enfraquecimento do
masculino.
A
Bíblia ensina que homens e mulheres são por natureza iguais diante de Deus, mas
com papeis e características diferentes que se complementam. O machismo e o
feminismo destroem esse equilíbrio e acabam por deformar a humanidade.
Michelson Borges
Convido você a assistir
a esta palestra na qual falo sobre as consequências sociais do abandono da
cosmovisão criacionista, umas das quais é justamente o advento do feminismo
militante inspirado no marxismo, com sua atuação deletéria: