Quando
eu era mais jovem, queria ter bastante dinheiro para poder viajar por lugares
famosos e interessantes do mundo. Achava que a vida valeria mais a pena se
pudesse estar sempre conhecendo novos lugares e pessoas de culturas diferentes.
Mesmo nunca tendo realizado esse desejo, descobri nas curtas viagens que fiz
que o mais gostoso de tudo é ter um lar para o qual voltar e reencontrar a
família. Faz bem saber que pertencemos a uma comunidade, a pessoas que nos amam
e sentem nossa falta.
No
segundo ano de nosso casamento, meu esposo foi chamado para servir a Deus quase
mil quilômetros longe da casa dos nossos parentes. No início, sofri muito a
separação da família. Eu não era turista explorando uma cultura nova para
depois retornar ao “meu mundo”. Teria que aprender a viver naquele novo meio e
me adaptar às diferenças culturais. Felizmente, pertencemos à família de Deus e
ela nos acolhe em qualquer lugar do mundo. O sotaque era diferente, mas ali
estava a Escola Sabatina que eu já conhecia, os hinos tão familiares que me
elevavam ao nosso Deus, o mesmo amor fraternal que nos une, a cumplicidade de
conhecermos a Jesus, nosso Amigo e Salvador, a mesma crença na Palavra de Deus.
Quando andava pelas ruas da cidade, me sentia em terra estranha. Mas ao entrar
na igreja, me sentia mais perto de casa.
Em
uma de nossas viagens para visitar a família, um carro passou por nós buzinando
e uma mulher nos mostrou pela janela do veículo a Lição da Escola Sabatina e um
hinário adventista. Por certo eles haviam visto o adesivo com a logomarca da
Igreja Adventista em nosso carro e quiseram mostrar que eram nossos irmãos.
Fiquei emocionada com aquela atitude e, apesar de não os conhecer, senti que
laços muito fortes nos unem.
Acontece
assim em cada igreja que visitamos. Meu esposo é muito convidado para pregar e
fazer palestras em lugares diferentes e acabamos conhecendo muitas igrejas. Nem
sempre sabemos quem irá nos receber e nos levar para almoçar após o culto. Mas
sempre sentimos como se já nos conhecêssemos há muito tempo, porque somos parte
da mesma família – a família da Deus.
Embora
cada pessoa tenha sua característica particular, todos são igualmente
importantes para Deus. Ele tem uma obra especial para o seu jeito de ser que
outra pessoa não poderia cumprir tão bem. E você também não pode querer fazer
as coisas do mesmo modo que outros fazem. Cada um tem o seu papel. Na
diversidade, os dons se complementam e muitos corações podem ser alcançados
pelo amor de Deus. Alguns gostam mais de pregadores e líderes dinâmicos, que
parecem estar sempre “ligados em alta voltagem”. Outros precisam ouvir pessoas
calmas e tranquilas, que nunca parecem apressadas.
Nessas
visitas às igrejas, podemos perceber os mais variados dons. Cada líder de
jovens se destaca de maneira diferente. Mas nada aconteceria se o líder
quisesse fazer tudo sozinho. O culto jovem somente pode alcançar seu objetivo
porque toda a igreja se empenha para isso. Desde a pessoa responsável pela
parte física do templo até aquela que faz os anúncios da programação.
Precisamos valorizar cada mínimo esforço que contribui para o bom resultado.
É
fantástica e muito apropriada a comparação que Paulo faz da igreja com os
órgãos do corpo humano (1Co 12:27). É isto mesmo: se um órgão cuja função parece
simples parar de funcionar, acabará comprometendo o bom funcionamento de todo o
organismo. Se alguém enterrar seu dom ou julgar seu trabalho sem importância e
deixar de fazê-lo com dedicação, todos os outros sofrerão essa falta. Quando as
coisas dão certo, não é por acaso. Pessoas se envolveram, e cada uma fez sua
parte e se deixou usar por Deus.
Não
importa qual seja o papel que Deus o chame a desempenhar; faça com amor para
Jesus, sabendo que você estará também ajudando a Sua família – a família à qual
você pertence. Ainda não somos perfeitos, e os erros farão parte de nossa vida
aqui até o fim. Mas, acima de tudo, precisamos nos ajudar para chegarmos juntos
ao verdadeiro lar e poder abraçar nosso Deus a quem estamos servindo. Amém!