Unicórnio de quatro toneladas |
Pelo
fato de algumas versões bíblicas trazerem a palavra “unicórnio”, muitos céticos
a acusavam de se referir a um ser mitológico, o tal cavalo que teria um chifre
na testa e supostos poderes mágicos. De fato, a Bíblia menciona nove vezes um
animal conhecido pelo termo hebraico re’ém
(רֶאֵם) (veja Is 34:7; Jó 39:9, 10; Nm 23:22; 24:8; Dt 33:17; Sl 22:21; 29:6;
92:10). A Septuaginta trocou o termo re’ém pelo
grego monokeros (mono = um; keros = corno
ou chifre), dando, assim, o sentido de “unicórnio”, ou seja, “com um chifre”. A
Vulgata latina frequentemente traduz o termo re’ém para “rinoceronte”. E a Bíblia traduzida de Lutero
(Luther Bibel, 1545) traduz re’ém para
einhörner (ein = um; horner =
chifre), que também significa único chifre ou unicórnio.
Embora
algumas versões bíblicas brasileiras como a João Ferreira de Almeida troquem o
termo “unicórnio” por “boi selvagem” ou “búfalo”, uma descoberta recente pode
ajudar a resgatar o termo “unicórnio” – e não se trata do cavalo mágico. Pesquisadores
acreditavam que a espécie Elasmotherium
sibiricum se limitava à região da Sibéria e, portanto, não poderia ser
conhecida nas terras bíblicas. Ocorre que um crânio fossilizado desse animal
foi encontrado no Cazaquistão. A descoberta foi relatada em
estudo publicado no periódico American
Journal of Applied Science. “O unicórnio em questão parece mais um
rinoceronte com um chifre na testa do que o cavalo místico que carregamos na
imaginação. De acordo com os pesquisadores, o animal tinha cerca de dois
metros de altura, quatro de comprimento e chegava a pesar até quatro toneladas.
E, apesar de seu tamanho e peso, é bem provável que só se alimentasse de grama”,
informa o site da revista Galileu.
Nada
impede que esse animal (ou os ancestrais dele) tenha vivido em outras regiões.
A Bíblia também descreve uma criatura interessante chamada de beemote, cuja
descrição parece a de um dinossauro (Jó 40:15-19). Os autores bíblicos podem
ter tido contato com esses animais ou, então, ter tomado conhecimento da
existência deles. A Bíblia não é um compêndio de zoologia, mas deve ser respeitada
como um documento sério e histórico.
(Michelson Borges, com
informações de Raciocínio Cristão e revista Galileu)