Uma
nova análise de Brasier publicada na PNAS[1]
parece resolver uma controvérsia que se estendeu desde a última década. Os
“microfósseis” de Apex eram na verdade uma forma peculiar de minerais. As dúvidas
começaram em 2002 com um questionamento publicado na Nature, também por Brasier, as quais foram seguidas por outras
publicações, como a de García-Ruiz,[3] que sintetizou filamento indistinguíveis
[veja a imagem] das supostamente biológicas a partir de compostos muito simples
reproduzindo condições plausíveis. Isso abriria precedentes para perda de
confiança na possibilidade de reconhecimento e distinção de padrões. A novo exame
considerou tamanho, forma,¹ química² e distribuição¹ de carbono mineral. O Dr.
Wacey, responsável pelo mapeamento por meio do microscópio eletrônico de
transmissão, diz:
“Logo
ficou claro que a distribuição de carbono era diferente de tudo visto em
microfósseis autênticos. A falsa aparência de compartimentos celulares é dada
por várias placas de minerais de argila que têm química inteiramente compatível
com um ambiente hidrotermal de alta temperatura. Estudamos uma série de
microfósseis autênticos usando a mesma técnica de microscopia eletrônica de
transmissão e em todos os casos eles se revelam coerentes, invólucros esféricos
de carbono tendo dimensões consistentes com sua origem a partir de paredes
celulares e revestimentos. Em alta resolução espacial existe falta total de
evidências de envoltórios esféricos coerentes nos ‘microfósseis’ de Apex. Em
vez disso, eles têm uma complexa, incoerente, morfologia cheia de estruturas
pontiagudas, evidentemente formados por filamentos de cristais de argila
revestido com ferro e carbono.”
Eu
não iria escrever nada sobre isso, mas aí entra o Design Inteligente. O artigo
de García-Ruiz[3] foi citado pelo inteligentista Abel[4] na seção (2.6) onde é
dito que auto-ordenação às vezes mimetiza organização. Eu pensei em escrever para
ele que isso de alguma forma violaria o Filtro Explanatório[5] em que somente a
inteligência mimetiza a natureza, não o inverso. Isso mesmo considerando o
estado degradado das amostras. A descrição do Dr. Wacey demonstra que Abel
superestimou os processos estocásticos em atribuir essa capacidade, pois Wacey
usou duas análises básicas, clássicas para a inferência de design: composição² e configuração espacial.¹ Uma das duas já é o
suficiente para eliminar o falso positivo.
(Junior D. Eskelsen, TDI Brasil)
Referências:
[1] Martin D. Brasier,
Jonathan Antcliffe, Martin Saunders, and David Wacey, “Changing the
picture of Earth’s earliest fossils (3.5–1.9 Ga) with new approaches and new
discoveries.” PNAS
2015 112: 4859-4864.
http://www.pnas.org/content/112/16/4859.abstract
http://www.pnas.org/content/112/16/4859.abstract
[2]
Brasier, Martin D., et al.
“Questioning the evidence for Earth’s oldest fossils.” Nature 416.6876 (2002): 76-81.
http://www.nature.com/nature/journal/v416/n6876/full/416076a.html
http://www.nature.com/nature/journal/v416/n6876/full/416076a.html
[3]
García-Ruiz, Juan Manuel, et al.
“Self-assembled silica-carbonate structures and detection of ancient
microfossils.” Science 302.5648
(2003): 1194-1197.
[4]
Abel, David L., and Jack T. Trevors. “Self-organization vs. self-ordering
events in life-origin models.” Physics of
Life Reviews 3.4 (2006): 211-228.
[5] Dembski, W. “The
Explanatory Filter: A three-part filter for understanding how to separate and
identify cause from intelligent design” (1996).