O pioneiro era médico e teólogo |
Neste
ano, do centenário da sede sul-americana adventista (Divisão Sul-Americana), a ASN (Agência Adventista Sul-Americana de Notícias)
inicia uma série sobre biografias de pioneiros adventistas. O pastor e médico
alemão John Lipke, ou Johannes Rodolf Berthold Lipke, nascido em 27 de julho de
1875, é um exemplo disso. Ele foi considerado pioneiro da obra educacional
adventista na América do Sul. Seu campo geográfico de atuação alcançou
três regiões do Brasil: Nordeste (Pernambuco e Bahia), Sudeste (Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Santa Catarina e Rio Grande
do Sul). Segundo
o Centro Nacional da Memória Adventista, “Lipke
nasceu em Berlim, Alemanha, e frequentou o Seminário Teológico em Hamburgo,
entrando em seguida na obra da colportagem, tendo como chefe o pastor Frederico
Spies. Em 1896, partiu para os Estados Unidos, onde se dedicou ao mesmo
trabalho e, em 1897, continuou seus estudos no Colégio de Battle Creek, em
Michigan, onde se casou com Augusta Schuete. Ele e a esposa criaram dois filhos
adotivos: Daniel e Berta”.
Apesar
de europeu, o pioneiro teve uma acentuada importância no desenvolvimento da
rede educacional adventista em solo brasileiro. Lipke se mudou para São Paulo,
em 1904, a fim de dirigir um instituto de colportagem. Seis anos depois, foi
enviado à Bahia, onde trabalhou durante três anos. Retornou em 1915 para São
Paulo, onde assumiu a presidência da Missão Paulista. E, nesse período, atuou
como primeiro diretor do Colégio Adventista Brasileiro, atual Unasp campus São
Paulo, apoiado por John Boehm, fundador e primeiro administrador. De acordo com
os registros do Centro Nacional da Memória Adventista, “no colégio, construiu o
primeiro prédio da escola, o antigo dormitório dos rapazes e o prédio escolar,
com a cozinha e o refeitório no subsolo. Nesse tempo, também, foi construída a
antiga represa com o objetivo de produzir energia elétrica para a nova
instituição”.
O
jornalista Michelson Borges, autor do livro A Chegada do Adventismo ao Brasil,
registra que, “para melhor atender à obra de publicações, foi decidido o
estabelecimento de uma editora denominacional no Brasil. Por sugestão do pastor
[Huldreich] Graf, foi instalada junto à Escola Missionária de Taquari, no Rio
Grande do Sul. Assim, conseguiu-se economia de locação e proporcionou-se
trabalho aos alunos do colégio. A fim de conseguir dinheiro e um prelo para dar
início às publicações, o pastor John Lipke viajou aos Estados Unidos e, em
várias igrejas daquele país, falou sobre as necessidades da obra no Brasil. Seu
apelo foi atendido: recebeu 1.500 dólares em donativos, e o Emmanuel Missionary
College, de Barrien Springs, doou um prelo manual para a imprensa a ser fundada
em Taquari”.