A vida depende dessa tecnologia |
Um
novo método para identificar genes responsáveis pelo “controle de qualidade” do
DNA pode ajudar no diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer. O
trabalho, que combinou técnicas de bioinformática com análises funcionais,
encontrou 182 genes do tipo GIS, sigla inglesa para supressores de
instabilidade do genoma. Desses, 98 nunca haviam sido descritos antes. “Isso
tem potencial para levar a novas terapias, bem como a testes que podem predizer
quão agressivo é um dado tumor de um paciente”, diz Sandro de Souza,
pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande
do Norte) e um dos autores do estudo, publicado na última edição da Nature Communications. A pesquisa ajuda
a ilustrar como o que se convenciona chamar de câncer na verdade é uma complexa
série de doenças diferentes, que só têm em comum o fato de envolverem
crescimento descontrolado de células que sofreram mutação. (Isso reforça a
noção de que dificilmente haverá uma pílula mágica capaz de resolver todo e
qualquer caso, como os fãs da fosfoetanolamina querem fazer crer [mas reforça a
ideia de que um estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir o câncer ou a enfrentá-lo
com mais eficácia].)
Os
pesquisadores se concentraram num fenômeno que se observa com grande frequência
em alguns tipos de câncer, como o colorretal e o ovariano, mas não em outros,
como a leucemia. É um embaralhamento forte do genoma da célula, referido
tecnicamente pela sigla GCR, de rearranjo cromossômico grosseiro. Ele acontece quando alguns genes
responsáveis por manter o DNA todo organizado falham nessa função e induz ao
surgimento de mutações, que por sua vez aumentam as chances de surgir um tumor
maligno. Mas quais exatamente são esses genes, os tais GIS? Encontrar essa
resposta era o objetivo principal do estudo.
Sob
a liderança de Richard Kolodner, pesquisador do Instituto Ludwig para Pesquisa
sobre o Câncer, em La Jolla, na Califórnia, o grupo se concentrou num primeiro
momento no genoma da levedura Saccharomyces
cerevisiae. [...] Foram descobertos 182 genes do tipo GIS, além de outros
438 que não são propriamente da mesma categoria, mas agem em concerto para que
o sistema de preservação da integridade do genoma se mantenha funcionando.
[...] Esta é uma das “assinaturas” mais
claras da evolução das espécies – o fato de que muitos dos genes presentes em
outros organismos também têm seus equivalentes no homem. É isso que permite
que estudos genéticos com outros organismos tenham um impacto importante na
saúde humana. No caso do estudo em questão, isso ficou imediatamente claro.
[...]
Num
nível mais elementar, o estudo oferece mais lampejos sobre como funcionam
certos tipos de câncer, provavelmente induzidos por mutações que levam ao
colapso do sistema de controle de
qualidade do DNA e ao surgimento de rearranjos cromossômicos grosseiros. [...]
Nota: Como
explicar por meio da teoria da evolução a existência de um verdadeiro controle
de qualidade genético? Um mecanismo complexo assim poderia surgir naturalmente?
E mais: quando esse sistema/mecanismo complexo falha, aumentam as chances de
surgimento de tumores. O que dizer da época em que esse mecanismo não existia
(segundo a mesma teoria da evolução)? Você não acha que é um verdadeiro milagre
estarmos aqui, agora? Outra coisa: O fato de haver genes comuns a vários tipos
de organismos aponta para a evolução comum deles ou para a “assinatura” do
Criador? Ele pode muito bem ter utilizado mecanismos semelhantes em espécies
diferentes, mas que executariam funções semelhantes. Aviões, motocicletas,
carros e bicicletas têm rodas. Isso faz deles “parentes”? É tudo uma questão de
interpretação. [MB]