O
enorme aumento no número de casos de cânceres de cabeça e pescoço ligados ao
HPV ao longo de duas décadas está mostrando o risco dessa infecção sexualmente
contraída por um novo grupo: os homens. Uma nova pesquisa mostra que entre 1988
e 2004, o câncer de cabeça, pescoço e garganta relacionados ao HPV aumentaram em 225%, um índice alarmante.
Dentro da próxima década a incidência desses cânceres – quase sempre contraídos
como resultado de sexo oral – irá superar o câncer do colo do útero, e a maior
parte dos casos será em homens. Mesmo assim, o HPV é muitas vezes deixado de
lado nas discussões públicas – assim como a vacina que pode preveni-lo. Quando
a vacina contra o HPV entra em pauta, normalmente ela é focada em jovens
mulheres e no câncer cervical. Mas o HPV
também causa câncer orofaríngeo e anal, fato poucas vezes divulgado pelas
organizações médicas, governos e acadêmicos, que preferem não entrar em
qualquer debate sobre práticas sexuais.
O
fato é que também deveria haver campanhas para vacinação em homens. Os
diagnósticos de câncer de cabeça e pescoço decorrentes de exposição sexual têm
aparecido em pessoas cada vez mais jovens – até recentemente ele só atingia
pessoas na faixa dos 60 anos associado ao fumo e bebida.
Estatísticas
dos EUA mostraram que cerca de 90% dos homens e mulheres entrevistados
praticaram sexo oral com um parceiro do sexo oposto. 36% de mulheres e 44% dos
homens fizeram sexo anal. Estatísticas como essa, aliadas as conclusões do novo
estudo sobre as taxas de câncer de cabeça e pescoço, mostram que uma
recomendação mais ampla de vacina contra o HPV é urgente.
Nota:
Infelizmente, como admite o texto acima, “organizações médicas, governos e
acadêmicos [...] preferem não entrar em qualquer debate sobre práticas sexuais”.
É exatamente por isso que estamos sofrendo uma verdadeira epidemia de doenças
sexualmente transmitidas (DSTs). Fala-se em “sexo seguro”, mas a verdade é que
a promiscuidade joga as pessoas numa verdadeira roleta-russa – e elas acham que
a fina proteção de látex (camisinha) as protegerá de tudo (o HPV, por exemplo,
pode ser transmitido pelo contato da pele das partes íntimas, como a virilha,
mesmo que não haja penetração). Curiosamente, a abstinência antes do casamento e
a fidelidade conjugal nunca passam pela cabeça das autoridades como meio mais
seguro de se evitar as DSTs e outras “dores de cabeça” decorrentes do sexo
promíscuo. Para os que concordam com o sexo oral e se mantêm abstinentes, o HPV
não será problema. Mas existem outros problemas, como os relatos a seguir
deixam bem evidentes:
Menina
sexualmente ativa durante o ensino médio. Não tinha sintomas de DST e nunca fez
exames. Anos depois, encontrou o homem dos sonhos dela. Se casaram, mas não
puderam ter filhos. Ela tinha Doença Inflamatória Pélvica (DIP) causada por
clamídia.
Rapaz
perdeu a virgindade aos 15 anos com uma garota a quem pensava amar. Dez anos
mais tarde, ele aprendeu o que é o verdadeiro amor ao encontrar a mulher de sua
vida e se casar com ela. Ela se casou virgem. Após vários anos de casados, a
esposa descobriu que estava com câncer de colo do útero, provavelmente causado
pelo HPV que o marido lhe havia transmitido sem saber. Embora ela tenha
escolhido esperar, foi forçada a pagar um alto preço porque ele não esperou.
Mais
uma vez fica evidente que o único sexo verdadeiramente seguro é aquele
praticado na relação matrimonial monogâmica e heterossexual.[MB]
Leia também: "Consequências do sexo fora de contexto" e "Sexo: a verdade nua e crua"