Fósseis encontrados na Grécia e na
Bulgária de uma criatura parecida com um símio que viveu há [supostos] 7,2
milhões de anos podem ter alterado de forma fundamental nossa compreensão sobre
a origem humana, lançando dúvidas sobre o fato [?] de a linhagem evolutiva que
conduziu até nós ter surgido em África. Segundo uma equipe internacional de
cientistas, a criatura, com o nome científico Graecopithecus freybergi e
de que se tem apenas uma mandíbula inferior e um dente isolado,
pode ser o membro mais antigo conhecido da linhagem humana iniciada depois de
ter ocorrido a separação evolutiva da linhagem que levou aos chimpanzés, os
nossos parentes mais próximos [sic]. A mandíbula, que tem dentes, foi
desenterrada em 1944, perto de Atenas. E o dente isolado, um pré-molar, foi
encontrado no Sul da Bulgária, em 2009 [!]. Os investigadores examinaram os
ossos com tecnologias sofisticadas, incluindo tomografia computorizada, e
determinaram sua idade através da datação das rochas sedimentares onde os
fósseis foram encontrados [portanto, a data é das rochas, não dos fósseis].
E descobriram, segundo o trabalho que
foi publicado em dois artigos nesta semana na revista Plos One, que
o desenvolvimento da raiz dos dentes tinha características humanas que não se
observam nos chimpanzés e nos seus antepassados, o que coloca o Graecopithecus dentro
da linhagem humana, conhecida como hominídeos. Até agora, o hominídeo mais antigo conhecido era o Sahelanthropus, que viveu entre [supostos] seis e sete milhões de anos atrás no Chade.
Há muito tempo que o consenso
científico [sempre o “consenso científico”...] aponta que os hominídeos tenham
tido origem na África. Tendo em conta que o Graecopithecus é
dos Balcãs, a região Leste do Mediterrâneo pode ter, assim, dado origem à
linhagem humana, diz a equipe de pesquisadores, coordenada por Madelaine Böhme
(da Universidade de Tubingem, na Alemanha) e Nikolai Spassov (da Academia
Búlgara de Ciências).
A descoberta de forma alguma põe em
cheque que nossa espécie, o Homo sapiens, apareceu primeiro na
África há cerca de 200 mil anos [segundo a cronologia evolucionista] e depois
migrou para outras partes do mundo, sublinha a equipe [ainda tentam salvar a
hipótese]. “Nossa espécie evoluiu na África. Nossa linhagem é que pode ter
sido assim”, disse a paleoantropóloga Madelaine Böhme, acrescentando que essa
descoberta “pode alterar radicalmente nossa compreensão da origem dos primeiros
hominídeos”.
O Homo sapiens é
apenas o último de uma longa linha evolutiva dos hominídeos, que começou
majoritariamente com espécies parecidas com símios [portanto, macacos, por mais
que os evolucionistas insistam que não ensinam que viemos dos macacos],
seguidas de uma sucessão de espécies que adquiriram cada vez mais traços
humanos ao longo do tempo. [Essa é a historinha.]
O paleoantropólogo David Begun, da
Universidade de Toronto (Canadá) e também da equipe, considera que a
possibilidade de a separação evolutiva entre a linhagem que levou aos humanos e
a linhagem que levou aos chimpanzés ter ocorrido fora da África não é
incongruente com o aparecimento posterior ali de espécies de hominídeos.
“Sabemos que muitos mamíferos da África tiveram, na realidade, origem na
Eurásia e dispersaram-se para a África na época em que viveu o Graecopithecus”,
disse David Begun. “Por que não também o Graecopithecus?”
A espécie Graecopithecus é
misteriosa porque seus fósseis são muito parcos [na verdade, é quase sempre
assim, veja o caso da Lucy, por exemplo]. Era sensivelmente do tamanho de uma fêmea chimpanzé e
vivia em um ambiente de floresta e pastagem relativamente seco, semelhante à
savana africana atual, ao lado de antílopes, girafas, rinocerontes, elefantes,
hienas e javalis.
(Público)
Nota 1: Mais uma vez um achado lança dúvidas sobre algo que, na mídia popular e nos livros didáticos, sempre
é apresentado como certeza: a origem da humanidade. Isso deixa evidente, mais
uma vez, que o assunto está longe de ser resolvido. Note, também, que se trata
de outro achado com evidências mínimas: uma mandíbula inferior e um dente
(encontrados em lugares diferentes), mas, mesmo assim, os pesquisadores
elaboram toda uma história com base nesses poucos ossos e conseguem
reconstituir todo o cenário onde essas criaturas teriam vivido. Isso é
impressionante! O fato é que a humanidade “surgiu” no Éden (com um casal
plenamente humano) e, depois, se dispersou a partir da Ásia (Ararate), após o dilúvio. E há
evidências disso (confira).
Nota 2: Quanto ao tal “consenso científico”,
veja o que está escrito no prefácio do ótimo livro Manual Politicamente Incorreto da Ciência, de Tom Bethell: “O
truque básico usado atualmente é simples em sua descrição, sofisticado em sua
execução extremamente efetivo em seus resultados: trata-se de vender a ideia de
que consenso é sinônimo de verdade científica. Ou seja, se todos (ou quase todos)
os cientistas apoiam ou aprovam uma determinada teoria, ela é verdadeira. Essa
ideia falsa e é o exato oposto da ciência, ramo da atividade humana em que um
único indivíduo pode estar certo e toda a sua comunidade, errada. Aliás, a
ciência só progride verdadeiramente por saltos, que se dão quando certo
endivido, contra todos e contra suas próprias concepções, descobre um fenômeno
ou situação que demanda uma nova teoria, um novo conjunto de concepções, uma
visão diferente (às vezes completamente) de todo o seu campo de estudos. Mas
para a grande mídia, se todos os cientistas (não todos, mas todos aqueles que
estão dispostos a manipular a mídia) concordam com algo, isto é então verdade
científica imutável” (p. 8).