Leia
a correspondência enviada por um grupo de acadêmicos ao presidente da ABC, em
6/3/2012: “O grupo de membros da Academia Brasileira de Ciências signatário
desta correspondência, atuantes na área de Genética, manifesta a sua
preocupação com a tentativa de popularização de ideias retrógradas que afrontam
o método científico, fundamentadas no criacionismo, também chamado como ‘design inteligente’. Na qualidade de
militantes da área de Genética no Brasil, vários de nós tendo passado por
cargos na Sociedade Brasileira de Genética ou como membros de Comitês
Assessores da área nas agências de fomento, sentimo-nos afrontados pela
divulgação de conceitos sem fundamentação científica por pesquisadores de
reconhecido saber em outras áreas da Ciência.”
Atenciosamente,
Carlos
F. M. Menck, Catarina Satie Takahashi, Darcy Fontoura de Almeida, Fausto
Foresti, Francisco Mauro Salzano, Guilherme Kurtz, Henrique Krieger, Horacio
Schneider, Mara Hutz, Paula Schneider, Roberto Giugliani, Samuel Goldenberg, Sergio
Olavo Pinto da Costa, Sergio Pena e Vera Valente Gaiesky
Nota do coordenador do Núcleo Brasileiro
de Design Inteligente: “A carta mostrando preocupação e o ‘sentir-se
afrontados’ desses acadêmicos em relação ao avanço da teoria do Design
Inteligente (TDI) entre outros membros da Academia Brasileira de Ciências
traduz muito bem o conceito de jus
sperniandi – o direito de ter e sentir raiva. Mas acho que o teor da carta
traduz melhor o conceito argumentum ad
verecundiam – apelo à autoridade. Embora vários especialistas de renome
(destaco Francisco Salzano e Sergio Pena) tenham assinado a carta, o apelo à
autoridade deles aqui é impróprio, pois não há acordo entre outros peritos
internacionais do campo em questão sobre a genética corroborar aspectos
fundamentais da teoria da evolução de Darwin no contexto de justificação
teórica. Ex.: ancestralidade comum. Nada mais falso querer imputar aos teóricos
e proponentes da teoria do Design Inteligente que nossos esforços de colocar a
TDI na mesa do debate acadêmico – mostrar sua plausibilidade científica – seja
uma ‘tentativa de popularização de ideias retrógradas que afrontam o método
científico’. A biologia do século 21 é uma ciência de informação, e a TDI tem
no seu corpus teórico a ideia de
informação complexa especificada como um sinal de inteligência que pode ser
detectado na natureza (a linguagem digital do DNA). Os assinantes dessa carta
mostraram profunda ignorância sobre o que é método científico. Não existe
método científico, existem métodos científicos, pois são várias as ciências,
cada uma com o seu modo heurístico. Além dessa ignorância, infantil diga-se de
passagem, mais ignorância ainda revelaram sobre o fato de o mesmo método científico
adotado por Darwin no Origem das Espécies
– histórico de longo alcance – também é o método adotado pela TDI. Deram um
tirinho de espingarda na TDI e um de canhão em Darwin! Esses cientistas ficaram
afrontados porque um membro da Academia Brasileira de Ciências (não mencionado,
mas eles sabem e nós também sabemos de quem estão falando) divulga
conceitos sem fundamentação científica. Os conceitos em questão são
complexidade irredutível de sistemas biológicos – o famoso flagelo bacteriano e
a informação complexa especificada. Esses conceitos têm fundamentação
científica. Eles deveriam ficar afrontados e abespinhados com a linha de
raciocínio dessa carta ad baculum –
tentativa de intimidar e silenciar outros cientistas da ABC simpáticos à TDI,
pois, segundo Popper, uma teoria é considerada científica se suas proposições
podem ser falseadas. E é o que mais os cientistas evolucionistas estão fazendo
neste exato momento: tentar falsificar as teses científicas da TDI. Eles
disseram na carta, sem o saber, é claro, que esses cientistas estão correndo
atrás do vento tentando falsificar conceitos sem fundamentação científica. Pano
rápido, se esses cientistas representam a nata da ciência brasileira, pobre ciência
tupiniquim!”