Vivemos
em uma época de reducionismo. Isso se torna especialmente
evidente pelo uso comum da palavra “apenas”. Os reducionistas dizem:
“A mente humana é apenas um sistema complexo de matéria”, ou “A
moralidade é apenas um subproduto da evolução para a sobrevivência do
grupo.”[1] Quando se trata de estudos bíblicos, normalmente o reducionismo
assume a seguinte forma: “As narrativas do Gênesis são apenas mais um
mito do Oriente Próximo Antigo.” Os pós-evangélicos usam
hoje, regularmente, esses argumentos. Em nível popular, escritores
como Rachel Held Evans comentam sobre os “notadamente semelhantes” relatos
da criação e do dilúvio do Antigo Oriente Próximo em relação aos
encontrados em Gênesis. Compreender Gênesis como não histórico, um mito
não científico, que contém os mesmos “recursos literários humanos” e
“pressupostos cosmológicos” que os do Antigo Oriente Próximo, teria
sido, segundo ela mesma, “libertador”.[2]
Peter
Enns é o estudioso pós-evangélico mais frequentemente associado com essa visão.
Em seu livro Inspiration and Incarnation
(Inspiração e Encarnação), Enns procurou mostrar que Deus se ajustou
às culturas do Antigo Oriente Próximo, usando formas literárias não
históricas e não científicas em Gênesis (e em outros escritos) para comunicar sua
mensagem.[3] Muitos seguiram sua liderança, especialmente aqueles que procuram
resolução da [suposta] discórdia percebida entre fé e ciência. [Continue lendo.]