1.
Se o darwinismo for uma descrição adequada da biosfera, então os seres humanos
não têm nenhuma natureza essencial, uma vez que eles evoluíram sem design intencional até suas formas
atuais.
2.
Se (1), então as várias raças de humanos podem ser mais evoluídas (isto é,
adaptavelmente mais bem-sucedidas) do que as outras raças. Darwin mesmo afirmou
isso em seu livro The Descent of Man.
3.
Se (2), não existe nada intrinsecamente valioso sobre a raça humana como um todo.
Isto é, algumas raças podem prevalecer sobre outras raças devido às suas
vantagens seletivas, devido à sua trajetória evolucionária exclusiva.
4.
Se (3), então não existe nenhuma base filosófica para a afirmação de que os
seres humanos qua seres humanos têm
direitos humanos objetivos e universais.
5.
Mas (4) é falso. Nossas intuições morais e a história da lei ocidental tratam
cada ser humano, sem distinção de raça, como possuindo dignidade humana
intrínseca, devendo ser tratado como tal. A Declaração dos Direitos Humanos das
Nações Unidas afirma isso, por exemplo, como faz a Declaração de Independência
dos Estados Unidos: “Todos os homens são criados iguais.”
6.
Além disso, se (4) for verdadeiro, então nós não temos nenhuma base objetiva
para condenar moralmente a escravidão ou até mesmo a eliminação das “raças
menos favorecidas” (termo usado por Darwin).
7.
Mas (4) é falso, por causa de (5).
8.
Portanto, (6) é falso por causa de (5).
9.
Portanto, (1) – o darwinismo – é falso. Isso por meio do modus tollens que, neste caso, é
um reductio ad absurdum (reduzir
a afirmação ao absurdo).
Nota: modus tollens (ou negar o
consequente):
a.
Se P, então Q.
b.
Não Q.
c.
Portanto, não P.