Num
interessante trabalho preliminar (leia aqui) desenvolvido por Hermilton Manoel
Alves de Lima, Cláudio Manoel Gomes de Sousa e Edson Benício de Carvalho Júnior,
do Curso de Física da Universidade Católica de Brasília, são apresentadas
possíveis correlações entre a atividade solar e os terremotos. No resumo do
trabalho, eles escreveram: “Neste trabalho, realizou-se uma análise de dados
sismológicos que tratam de terremotos de alta intensidade e de dados
astrofísicos que levam em consideração as atividades solares. O objetivo
principal é o de encontrar uma possível correlação entre as atividades solares
e terremotos de alta intensidade. Para isso, em um primeiro momento foi
realizada uma revisão bibliográfica, que forneceu a fundamentação necessária ao
trabalho. Em seguida, foi feita uma análise de dados obtidos a partir de
instrumentos situados na Terra, no caso dos terremotos, e no espaço, no caso
das atividades solares. Concluiu-se [pela] existência da correlação qualitativa
entre esses eventos.”
Depois
de descrever a Terra e o Sol, bem como suas peculiaridades, os pesquisadores
analisam o histórico das atividades sísmicas no século 21 e concluem que, “antes
da ocorrência [de] abalos sísmicos, sempre existiu uma grande agitação no Sol
no que se refere às erupções. [...] Outro fato relevante é que poucos minutos
antes do terremoto de maior magnitude desse período houve uma erupção solar de
grande intensidade. [...] O terremoto ocorrido no Chile, em 27 de fevereiro de
2010, foi precedido por enormes ejeções de massa coronal. [...] O período
anterior ao terremoto na Indonésia, em 28 de março de 2005, foi de muitas e
intensas ejeções de massa coronal. [...] No que diz respeito às manchas
solares, atualmente nos encontramos no ciclo 24 a caminho de um valor máximo de
manchas em 2013, [...] o último máximo de manchas ocorreu em 2001, ano em que
foi registrado um terremoto no Peru de magnitude 8.4. [...]
“Conclui-se
que existe uma correlação entre as CME’s e os terremotos de alta magnitude,
pois nos dias anteriores aos terremotos analisados há uma intensa atividade
solar. [...] Assim, sugere-se um estudo quantitativo dessas correlações para
que se possa determinar o quanto as atividades solares influenciam os
terremotos e outro que aponte por qual processo físico essas correlações
ocorrem.”