A
Sociedade Britânica de Psicologia confirmou que a música pop está ficando mais
depressiva e emocionalmente ambígua a cada ano. Os pesquisadores analisaram as
tonalidades (maior ou menor) e os tempos (rápido ou lento) de 1.010 “pop-hits”
listados na revista Billboard entre
os anos de 1965 e 2009. A quantidade de músicas em tonalidades menores aumentou
consideravelmente durante os últimos 50 anos juntamente com as músicas de
andamento lento. O ponto importante da pesquisa é que muitas pessoas associaram
suas sensações ao ouvir tais músicas com a melancolia. De
acordo com o psicólogo Glenn Schellenberg e o sociólogo Christian von Scheve,
as letras desse tipo de música se tornaram mais autocentradas e negativas ao
longo do tempo, a música ficou mais triste e emocionalmente mais ambígua
(Flávia Nogueira, “Musicoterapia e depressão: benefícios comprovados”).
Muitos
álbuns e músicas de sucesso na atualidade são profundamente melancólicos.
Parece que em algum momento no tempo a felicidade se tornou uma violação do bom
gosto. Esse gosto pode advir de uma percepção pessimista da vida.
Em
outra dimensão, pesquisadores da Glasgow Caledonian University, pesquisam os
efeitos positivos da música no tratamento da depressão e até da dor física.
Como a tonalidade, as melodias e alguns ritmos podem ajudar a melhorar as
condições clínicas de quem sofre desses transtornos (“New research could leadto doctors prescribing music to treat pain”).
Que
a música nos influencia emocionalmente sabemos e percebemos. Creio que uma
análise do que costumamos ouvir é necessária. A música que temos ouvido tem nos
influenciado positivamente? Música pode ser melancólica, mas também pode ser
estimulante, contagiante, feliz, motivadora, crítica, didática e pode dar um
toque especial ao nosso dia. A melancolia não deve ser um padrão. Essa é uma
reflexão que devemos fazer.