Satélites
de monitoramento ambiental detectaram deformações do solo acima de um
gigantesco corpo de magma subterrâneo. A movimentação, que pode indicar uma
atividade vulcânica futura, está ocorrendo no centro da Cordilheira dos Andes. A
província vulcânica conhecida como Altiplano-Puna é parte de um arco vulcânico
ativo no centro da América do Sul, estendendo-se pelo Peru, sudoeste da
Bolívia, Chile e noroeste da Argentina. Nessa região existem grandes caldeiras
formadas após erupções catastróficas no passado. E é lá também, entre 17 e 19
km de profundidade, que se encontra o maior corpo de magma ativo conhecido na
crosta continental da Terra.
Em
um estudo publicado na revista Science,
os cientistas usaram dados de radar dos satélites Envisat e ERS para estudar
uma elevação incomum perto do vulcão Uturuncu, adormecido há [supostos] 270 mil
anos. As medições dos satélites mostram que o terreno nessa área vem se
elevando cerca de um centímetro por ano nos últimos 20 anos. A área
circundante, por sua vez, está afundando a uma taxa mais lenta de cerca de dois
milímetros por ano.
Devido
ao formato de um chapéu de abas largas que essa movimentação está criando, a
equipe batizou a ocorrência de “elevação sombrero”.
A
deformação é atribuída ao inchamento de um grande volume “flutuante” de rocha
fundida, na parte superior do magma. Os autores sugerem que a maior parte do
material fundido está sendo drenado das partes adjacentes do magma, causando o
afundamento periférico. O estudo não faz estimativas
sobre o eventual despertar do Uturuncu.