O
Twitter nunca fez parte de meus planos. Imaginava que seria uma grande perda de
tempo e que, se entrasse em uma rede social, teria que prestar contas por esse
prejuízo. Tinha arrepios só de pensar! Aquilo era para gente de cabeça fraca, que
não tinha nada para fazer, pensava. Mas, quando recebi o meu perfil de
presente, encarei aquilo como um chamado de Deus para testemunhar, e assim
resolvi dedicar meu Twitter para o Senhor. Comecei tuitando quase que diariamente
conceitos que compreendia a partir de minha leitura regular da Bíblia. Para
mim, o ato de escrever é uma maneira de internalizar conceitos, uma das boas
ferramentas que facilitam a memorização.
Sei
que quando escrevo algo sobre o que estou lendo o Espírito Santo utiliza aquela
ação para gravar as ideias em minha mente, tornando-as parte de meus
pensamentos. E quando a Palavra de Deus está guardada na cabeça, influencia
fortemente meus pensamentos e ações. Davi também compreendeu isso quando disse:
“Escondi a Tua Palavra no meu coração para não pecar contra Ti” (Sl 119:11).
Para João, o anjo afirmou: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que
ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas” (Ap 1:3).
Claro
que sempre entendemos esse “guardar” como sendo o “praticar”. Mas gosto de
pensar que também “guardo” a Palavra de Deus em meu coração (mente) quando a
coloco para dentro da “cachola”, e ela fica por lá, armazenada, sem poder sair.
Esse processo de estocagem é que considero como sendo o “guardar”.
E
por que isso é importante? Sei que quando a Palavra de Deus estiver desse modo “guardada”
em minha mente, será muito mais provável que as ações correspondentes a coloquem
em prática. Como alguém poderia praticar a Palavra de Deus antes que ela
estivesse guardada ou armazenada na mente?
Com
o surgimento do plano “Reavivados por Sua Palavra” (#rpsp), a experiência de
partilhar a Palavra de Deus ficou ainda mais interessante. Isso ocorre porque,
enquanto estudo e escrevo, posso acompanhar as conclusões de centenas de
pessoas que, em tempo real, estão estudando o mesmo trecho. É como se
estivéssemos em uma grande sala lendo a Bíblia juntos. E essa experiência pode
ser desfrutada a qualquer hora do dia, especialmente se você também seguir a
hashtag #rbhw (em inglês).
E
há alguns textos muito criativos! De tão interessantes que são, preciso até
cuidar para não valorizar mais o Twitter à Bíblia. Na verdade, tenho procurado
me policiar para não ler as conclusões dos homens (e nem mesmo retuitá-las)
antes de ter completado o trecho designado da Palavra de Deus para aquele dia.
Esse princípio, quando seguido, me livra do risco de gastar mais tempo com o
Twitter do que com a Bíblia, o que seria um contrassenso.
Algumas
vezes, também posso utilizar alguns aplicativos para programar postagens (ou
repeti-las) em momentos em que estarei viajando ou não disponível.
Mas
um sentimento muito agradável, de alegria quase infantil para os tuiteiros, é o
de ver uma mensagem sendo repetida por alguém (retuitada). Isso indica que é
possível que exista uma sintonia de ideias. Na verdade, um dia desses, uma de
minhas filhas disse que quando as pessoas gostam daquilo que alguém escreve, é
porque provavelmente já pensavam antes de modo semelhante (essa é a primeira
razão para perder a jactância). Mas em se tratando do projeto #rpsp, não há a
mínima razão para qualquer tipo de vaidade. Os retuítes acontecem por causa da
Palavra de Deus, e não de nossos pensamentos (segunda razão para varrer a
vaidade). Somos mesmo, literalmente, Retuitados Por Sua Palavra, por causa de
seus conceitos, e não dos nossos.
Apesar
de administrar ainda outros dois perfis (@MinistFamilia e @SaudeAdventista,
além do Facebook – que utilizo bem pouco), continuo com medo das redes sociais,
e estou consciente de que, conforme o uso, podem inclusive fazer perigar a
alma! Não estou seguro de que posso, sem a proteção de Deus, usar correta e
equilibradamente essas mídias. Por isso, sei que preciso fazer da leitura da
Bíblia, e não do Twitter (ou qualquer outra rede social), o centro das atenções,
a atividade com a qual eu mais gasto tempo. E se alguma vez for retuitado, que
seja “por Sua Palavra”.