Neutrinos alteram taxa de decaimento |
Segundo
pesquisadores, o Sol, 150 milhões de quilômetros distante, parece estar
influenciando a decomposição dos elementos radioativos no interior da Terra. Dado
o que sabemos sobre a radioatividade e os neutrinos solares, isso não devia
acontecer. Dois cientistas das universidades de Stanford e Purdue acreditam que
há uma chance de que uma partícula solar, até então desconhecida, esteja por
trás de tudo isso. A grande novidade é que o núcleo do Sol – onde as reações
nucleares produzem neutrinos – gira mais lentamente do que a superfície. Esse
fenômeno pode explicar a evolução das taxas de decaimento radioativo observada
em dois laboratórios distintos. Mas isso não explica por que a mudança
acontece. Isso viola as leis da física como as conhecemos. Ao examinar os dados
de isótopos radioativos, os investigadores descobriram um desacordo nas taxas
de decaimento medidas, o que vai contra
a crença de que essas taxas são constantes [grifos meus]. Enquanto
procuravam uma explicação, os cientistas se depararam com outra pesquisa, que
observou variação sazonal nessas taxas de decadência. Aparentemente, a
radioatividade é mais forte no inverno que no verão.
Uma
labareda solar sugeriu que o Sol estava envolvido de alguma forma. Um
engenheiro nuclear percebeu que a taxa de decaimento de um isótopo médico caiu
durante a tempestade solar.
A
descoberta poderá ser útil para proteger os astronautas e os satélites – se
existe uma correlação entre as taxas de decomposição e a atividade solar, as
mudanças nas taxas de decaimento podem fornecer um aviso antecipado de uma
iminente tempestade solar.
Mas
enquanto isso é uma boa notícia para os astronautas, é má notícia para a
física. Os pesquisadores procuraram provas de que as mudanças no decaimento
radioativo variam de acordo com a rotação do Sol, e a resposta foi sim,
sugerindo que os neutrinos são responsáveis. Mas como o neutrino, que não
interage com matéria normal, está afetando o índice de decaimento ninguém sabe.
O que os pesquisadores
sugerem é que algo que realmente não interage com nada está mudando algo que
não pode ser mudado. Apesar disso, eles dizem que não
devemos ter preocupações com os neutrinos solares influenciando o aquecimento
do núcleo da Terra. Mas talvez devamos nos preocupar que a nossa compreensão do
Sol e da física nuclear é mais fraca do que pensávamos.
Nota:
Essa também é uma péssima notícia para os evolucionistas, que sempre
acreditaram que fossem constantes as taxas de decaimento dos elementos
radioativos dos quais dependem para chegar aos supostos milhões e bilhões de
anos de suas datações. Se for confirmada essa influência dos neutrinos, imagine
o que aconteceria com a geocronologia evolucionista, levando em conta que a
Terra tem estado sob a influência dos neutrinos há milhares de anos. Espero que
algum cientista se atreva a tocar nessa crença, digo, nesse assunto. [MB]
Nota do químico Marcos
Eberlin, da Unicamp: Raios cósmicos transformam 14N em 14C,
que é absorvido pela vida na Terra em uma cascata de eventos extremamente
dependente das condições atmosféricas; umidade, por exemplo. Aí o método de
detecção de 14C forma íons negativos de 14C que tem sua carga invertida para
14C+3 e depois e depois e depois... são nove processos de separação e
manipulação de íons. Um sinal escondido sobre uma corrente iônica doze ordens
de grandeza superior a ele. Bilhões de vezes menor. E, no final, o melhor
espectro mostrado foi mais ruído que sinal, fora os problemas imensos de
contaminação na amostragem e preparação da amostra. Milhões de vezes pior do
que achar agulha em um palheiro. Sou da área. Sou espectrometrista de massas. Sou
químico analítico, e tenho uma ideia hoje do que é a datação com 14C. Não digo
que não funciona. Funciona, sim. Só digo que a chance de o resultado final
parecer certo, mas estar errado, é da mesma ordem de grandeza; uns 99,9999999999999999999%.
Sugestão de leitura:
A História da Vida. O livro tem um capítulo
que trata especificamente dos métodos de datação.