O verdadeiro adventista é criacionista |
O
presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Ted Wilson, afirmou
vigorosamente, na abertura da conferência de educadores em Utah, EUA, na
sexta-feira, que a vida existe na Terra há apenas alguns milhares de anos, e
não há milhões de anos, e disse também que os professores que acreditam de
outra forma não devem trabalhar em escolas operadas pela Igreja nem se
considerar adventistas. [...] O local [da conferência, St. George, Utah] foi
escolhido por seu fácil acesso a três sítios geológicos que os 350
participantes vão explorar entre as sessões de palestras sobre arqueologia,
geologia, paleontologia e biologia. “Como professores nos campi adventistas do
sétimo dia, faculdades e universidades e líderes na Igreja de Deus [devemos
defender] com firmeza uma criação literal recente e absolutamente rejeitar a
teoria evolucionista teísta”, disse Wilson, em seu discurso de abertura. “Peço
a vocês para serem campeões da criação com base no relato bíblico e reforçada
de forma tão explícita pelo Espírito de Profecia.”
Ele
apontou para passagens da Bíblia, como Gênesis 1 e 2, Salmo 33:6 e 9 e os
escritos da cofundadora da Igreja Adventista Ellen G. White como base para
rejeitar o ensino popular de que cada dia da semana da criação bíblica poderia
ter durado milhões de anos, tornando o mundo muito mais velho do que os seis
mil e poucos anos que os criacionistas acreditam terem se passado desde que a
Terra foi formada.
O
ensinamento popular, que mistura a história bíblica com a teoria da evolução de
Darwin, tem surgido em algumas escolas adventistas nos últimos anos, o que levou,
em parte, à decisão da Igreja Adventista de começar a organizar conferências bíblicas
e científicas a partir de 2002.
Em
seu discurso, Wilson citou o livro Testemunhos
Para Ministros e Obreiros Evangélicos, de Ellen White: “Quando o Senhor
declara que fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, quer dizer o dia de
vinte e quatro horas, que Ele assinalou pelo nascer e o pôr do sol” (p. 136). “Poderia
ser mais claro?”, perguntou Wilson.
Ele
disse que o próprio nome “adventista do sétimo dia” aponta para uma criação
literal em seis dias, porque faria pouco sentido comemorar um sábado no sétimo
dia, se o sábado original tivesse durado anos em vez de 24 horas. “Se a pessoa
não aceitar o entendimento da criação recente em seis dias, então ela realmente
não é adventista do sétimo dia, e o sábado do sétimo dia se tornaria
absolutamente sem sentido, e outras de nossas doutrinas baseadas na Bíblia e centralizadas
em Cristo e em Sua voz autoritativa também ficariam sem sentido”, disse.
[...]
Ele disse que os educadores devem apoiar o criacionismo de coração ou tomar a “atitude
honrosa” de renunciar. “[Esse assunto é] muito importante para a missão final
de Deus”, disse ele.
Ed
Zinke, um teólogo adventista, empresário e co-organizador da conferência,
explicou em uma entrevista que as implicações da má interpretação da Bíblia
poderiam ser profundas e prejudicar seriamente a relação da pessoa com Deus. “A
compreensão bíblica de Deus torna possível para nós ter um relacionamento mais
íntimo com Ele do que se tivermos um falso conceito de Deus”, disse Zinke.
[...]
Embora a conferência em Utah esteja enraizada na Bíblia, é também sobre ciência
e incluirá apresentações sobre fósseis, formações rochosas e achados
arqueológicos recentes. [...]
Os
participantes da conferência, entre os quais representantes de escolas
adventistas ao redor do mundo, bem como líderes da igreja, cientistas e alguns
estudantes de doutorado, farão três viagens de campo para conferir de perto evidências
que apoiam a crença de que a Terra é relativamente jovem: Virgin River Gorge,
um longo canyon localizado entre St. George, Utah e Littlefield, Arizona; o
Grand Canyon, no Arizona; e o Zion National Park de Utah, que tem uma garganta
de 15 milhas e até meia milha de profundidade, em alguns pontos.
Arthur
V. Chadwick, geólogo e professor da Universidade Adventista do Sudoeste, disse
que os cientistas têm que confiar na fé, não importa se apoiam a criação ou a
evolução. “À medida que avaliamos os dados, vemos coisas que são problemas para
os criacionistas e vemos coisas que são problemas para os evolucionistas”,
disse ele por telefone, antes da conferência. [...]
Chadwick
dedicou toda a sua carreira à busca de evidência científica que suporte o
criacionismo, e já publicou mais de 50 artigos em revistas populares. Ele vai
apresentar na conferência algumas das suas mais recentes descobertas.
Zinke,
o co-organizador, disse que espera que os educadores conheçam na conferência a
mais recente pesquisa científica que sustenta o ponto de vista da Terra jovem e
que usem isso para reforçar sua própria fé e a de seus alunos.
“Esperamos
enriquecer os professores para que eles estejam bem informados em sala de aula,
e que entendam a importância de retratar uma cosmovisão bíblica aos seus
alunos, ajudando-os a compreender como isso afeta várias disciplinas, incluindo
a ciência, e como ela afeta sua vida pessoal e seu compromisso com Deus”, disse
ele.
Nota:
Instituições adventistas brasileiras, como colégios, a Novo Tempo e a Casa
Publicadora Brasileira, também enviaram representantes para esse encontro
mundial sobre ciência e religião, que está sendo realizado em Utah. Aguardemos
o retorno deles com novas ideias e motivação para que a igreja e a educação
adventista em nosso país continuem levando avante a bandeira criacionista. [MB]