Nas mãos de Deus |
Goleiro que virou notícia
nesta semana por decidir não treinar nem jogar aos sábados diz que não
teme as consequências dessa escolha
Em
treze anos de carreira no futebol profissional, Carlos Vítor da Costa
Ressurreição nunca esteve tão exposto à mídia quanto nos últimos dias. Titular
do Londrina Esporte Clube, o goleiro Vítor, como é mais conhecido, foi manchete
nos principais sites, jornais e programas esportivos brasileiros depois de
revelar que, por suas convicções religiosas, não iria treinar nem jogar aos
sábados. “Durante todos esses anos de dedicação e trabalho no futebol, nunca
tomei uma decisão que repercutiu tanto quanto agora. Uma simples decisão de
obedecer a Deus ganhou uma enorme proporção”, disse o jogador ao comentar as
notícias da semana.
Vítor
foi batizado na Igreja Adventista do bairro Pituba, em Salvador (BA), no dia 27
de dezembro de 2015. Desde então, decidiu que sua nova fé determinaria os rumos
de sua vida dentro e fora de campo. Essa convicção o levou a rejeitar a
proposta de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro pelo Chapecoense,
ganhando duas vezes mais no clube catarinense do que ele recebe atualmente no Londrina
Esporte Clube. Como noticiou o site do jornal Lance,
as negociações não avançaram porque Vítor deixou claro que não poderia jogar
nem treinar entre o pôr da sexta-feira e o de sábado.
Por
causa do que considera um “impedimento” resultante de sua escolha religiosa, a
direção do clube no qual Vítor atua também decidiu nesta quarta-feira, 20 de
janeiro, que o contrato do jogador, que vence em maio, não será renovado.
Aos
29 anos, embora com um futuro incerto no futebol profissional, o goleiro
permanece firme em sua decisão.
[Clique aqui e leia a entrevista completa com o
jogador.]
Interessante também o comentário de Ayrton Baptista Jr., em seu blog no Globo.com: “Não sou religioso, mas me emociono com a escolha de Vitor. O goleiro do Londrina não vai atuar em jogos da Série B às sextas e aos sábados por causa da religião: ele é adventista. Por conta da religião, Vitor não assinou contrato com a Chapecoense. A fé falou mais alto. Em um mundo cada vez mais capitalizado como o do futebol, Vitor fecha portas para outros, mas fica mais perto de si mesmo. Na vida é o que importa. E pelos tantos milagres que já fez pelo Londrina convém não desdenhar da fé de Vitor.”