Templo da primeira IASD do Brasil |
Em
1995, minha esposa (então noiva) e eu passamos alguns dias na casa da família
Calson, em Gaspar Alto, SC. Na época, eu estava fazendo pesquisas para concluir
meu TCC sobre a chegada do adventismo ao Brasil, com o qual eu obteria o diploma de bacharel em Jornalismo pela Universidade
Federal de Santa Catarina (em 1996). Foram dias muito agradáveis e de muito
aprendizado. Tive a oportunidade de conhecer lugares históricos significativos
e de entrevistar descendentes de pioneiros ainda vivos na época. Eu era
relativamente novo na Igreja Adventista. Fazia apenas quatro anos que era
batizado, e ter contato com a linda história da chegada da mensagem adventista
ao nosso país reafirmou minha fé e minha convicção de que esse movimento é
conduzido por Deus (veja este vídeo que conta
parte dessa história).
Antes
mesmo de um missionário ou pastor adventista pisar em nosso solo, as
publicações produzidas pela Igreja estavam cumprindo sua missão (trabalho há 17
anos numa editora adventista, e isso me enche de alegria!). Pessoas sinceras
passaram a ler livros e folhetos enviados de graça e que tratavam de assuntos
como a volta de Jesus, a vigência do sétimo dia como repouso sagrado, o estilo
de vida saudável para melhor servir a Deus, entre outros temas. A partir
daquele pequeno vale entre montanhas, os primeiros missionários saíram para
conquistar o Brasil e fazer dele um dos países com a maior população
adventista. Foram dias de bênçãos, alegrias, lutas, suor e lágrimas. Dias que
não podem ser esquecidos e histórias protagonizadas por pessoas cuja memória
tem que ser preservada.
Fazia
tempo que eu queria voltar a Gaspar Alto e reviver tudo isso. Fazia tempo que
minha esposa e eu queríamos reencontrar o bondoso casal Calson que não apenas
nos hospedou, mas me ajudou a obter as informações de que eu precisava para
minha pesquisa (material que resultou, pouco tempo depois, na publicação pela
CPB do livro A Chegada do Adventismo ao
Brasil, hoje esgotado).
Ontem
conseguimos matar a saudade. Fomos a Brusque e tiramos algumas fotos no casarão
do século 19 dentro do qual foi aberto o pacote contendo as revistas Stimme Der Wahrheit, a primeira
literatura adventista a chegar ao Brasil. Em seguida, subimos a Gaspar Alto e
visitamos o pequeno museu ao lado da igreja, entramos no templo e depois fomos
ao “Cemitério da Esperança”. Mais uma vez me senti inspirado com o que vi, e
senti o “sabor” de voltar no tempo: vinte anos e cento e vinte anos atrás. O
tempo ali parece ter parado...
No
cemitério estão sepultados os pioneiros que pediram para ficar com os túmulos voltados
para o Oriente, pois a primeira coisa que querem ver após ressuscitados é justamente
a nuvem de anjos que rodeia o Salvador Jesus. Ou seja, mesmo depois de mortos,
esses homens e mulheres valorosos ainda “falam” da fé e da esperança pela qual
viveram e na qual morreram.
Quero
muito conhecer essas pessoas quando Jesus voltar!
Michelson Borges
Casarão comercial do século 19 que pertenceu a Davi Hort |
Homenagem ao pioneiro Guilherme Belz |
O caminho do passado que motiva o presente |
Bacia utilizada na primeira santa ceia ministrada pelo Pr. Frank Westphal |
Templo da primeira igreja adventista do Brasil |
Com o casal Eliseu e Iria Calson |